PUNHAL DO TEMPO

Foram-se os verdes anos,

A juventude cheia de festa,

De encantos...

O castelo, o príncipe encantado...

Lembranças fortes,

Reclusas aqui,

Nos versos que decanto!

O calendário inclemente

Conta as saudades,

Registrando lentamente

No filme da vida,

Uma película ultrapassada, vencida.

Hoje,

Sou apenas

Um retrato já desfigurado,

Fora de moda.

Sou o tempo que não vivi,

A timidez que não venci.

Sou um disfarce qualquer

Perambulando por aí.

Tenho machucaduras

Expostas aqui na alma.

Os sulcos por toda a face

Dos pedregulhos da estrada,

Do punhal que me apunhala.

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 23/08/2008
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