Escuridão
Na escuridão um pássaro cantou, causando comoção,
Atentos ao canto doído, uma passarela manifestava a canção.
Eu sei que é incoerente, pensar nessa canção,
Quando há tantas mais há escutar,
Mas ela preenche alada minha maneira de olhar.
A chuva corre docemente, pelas escadas noturnas,
Dominando os passos e acasos, sem escutar a razão,
Permitindo que aluada a vida rebaixe o corrimão...
Coletivo passa abarrotado, gemendo freios e discussão,
Barulhento, declina na contra mão.
Eu vou ouvindo sabores, vendo musica,
Sentindo o gosto das palavras nos sons noturnos.
Frenética andança, editando copias, colorindo ideais,
Imaginários beijos escorregados, pelo pulso subindo,
Até encontrar a boca, beijos de chuva, na chuva...
Na pressa a alma esvoaçada, voeja atada, nessa canção.
Retina da alma em dilatação...
Ah... Essa canção em forma de regresso,
Só dentro do coração...
13/06/2005