Sentimento Notório

Sei da vaidade podre dos humanos

Que se sentem deuses e não o são

Na maioria não são dignos de viver

Sei da vossa pobreza, da vossa podridão.

Sei que querias bem que eu pensasse

Que a beleza do teu rosto, teu belo corpo

Fosse suficiente para que eu lhe desejasse

Mas não é vantagem a ti não estar morto.

É que a imbecilidade de vocês, achando

Que os olhos, cabelos que eu tanto admiro

- Que por sinal são tão ou mais belos ainda -

São suficientes para mim. Não admito!

A falta do hábito de pensar ainda há de matar

Os que belos ainda hoje vão se achando

É que a falta de sensibilidade para consigo mesmo

Me dá, ainda hoje, nojo dos humanos.