Tempo Presente

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Sigo a trajetória de um novo poema

Rio profundo, inquietações humanas...

Tenho em minhas mãos o ponto de partida

As fissuras do tempo arranhando lembranças.

Ouço palavras tecendo o enredo

Desse mistério que me atormenta

E a profusão de verbos (todos pelo avesso)

Que rompem os elos de uma melodia.

Sinto na pele o vento das manhãs

E o som dos ecos dos meus sonhos vãos...

Reverto as dobras do tecido roto

Ritmos da vida construindo a teia...

Percorro hoje um passado inerte

A trajetória que não ousei trilhar

E nesses símbolos todos recomponho

A luminosidade e as cores da alegria.

Ouço a voz da prosa, o som da poesia

Os rastros do presente e toda a linguagem

De uma promessa insana de paz e de alento...

Vejo enfim, o mundo transformado

E a plenitude de um sentimento gasto

Tempo presente onde te perdi?.