Poeta e Vadio...

Não cuidem por ser Vadio,

não tenho alma de gente.

De ordens sou arredio,

só na rua estou contente.

A rua é paraíso,

dessa gente como eu;

Sem amor e sem juízo,

mas todo o mundo é seu.

Canto na rua ao luar,

à mulher que vai passando;

Só não posso ajuizar,

se outro está amando.

Ser Vadio é nobre arte,

é cantar ao infinito.

No seu amor que reparte;

De carinho o seu grito…

Ama a mulher que passa,

a todas diz que as ama;

A beleza é sua graça,

para as ter na sua cama.

Mas sempre o faz com amor,

enfeitando de carinho.

Tira a beleza da flor

e ama mesmo sozinho.

Vadio poeta e louco,

é sina essa loucura.

Tira da vida tão pouco,

em troca dá a ternura.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 26/08/2008
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