Nossos Dias; Nossas Lágrimas Nossa Razão...

Se nos perguntarmos qual a nossa responsabilidade social?

O que realmente diremos?

Nos defenderemos atacando?

Negaremos a nossa culpa, ou humildes,

Assentaremos a cabeça e ao menos pensaremos a respeito?

O objetivo aqui não é achar entre vocês um culpado.

É na verdade nos perguntar se de todos os esforços que a gente fez até hoje,

Se tudo o que a gente construiu...

Nos credencia realmente dizer a nossos filhos, que somos livres e que

O amanhã pertence a todos ?

O objetivo aqui é nos lembrar, que ainda somos homens e que a sociedade não se restringe a uma família.

Não iremos da noite para o dia mudar o mundo;

Não iremos, com certeza remendar o passado,

Mas podemos e devemos contribuir com a construção de um Estado melhor.

Afinal nós fazemos parte dessa imensa esfera viva;

Afinal a sociedade que queremos começa de nossa consciência de nossas casas.

Mas se continuarmos a financiar só os nossos...

As nossas propriedades,

As nossas famílias,

Os nossos amigos;

O nosso egoísmo...

Excluindo os excluídos, com certeza, no futuro, os nossos filhos,

Que estão sempre bem guardados;

Que estão nas melhores escolas;

Vestindo belas roupas, sorrindo com todos os dentes e felizes pela mesa farta...

Andarão pelas ruas com todo o nosso medo.

É isso que realmente queremos

Para o Amapá ?

Para a nossa Sociedade?

Essa é a África

África de um mundo apresentada pra nós e que em vários episódios, nós, que nos dizemos civilizados nos igualamos.

Já evoluímos, é certo, mas vale tornar público

O que temos aqui no nosso Estado!...

Sob os nossos olhos vendados de não querer ver.

Um país rico ou um povo carente e iletrado,

Que morre de dor dizendo que é gente.

Descobrindo tarde demais, que não passou de um simples eleitor.

Será que já não basta ficarmos de braços e bocas caladas na indiferença,

Enquanto alguém não nos desconvença, de que a morte é a passagem

Para se descansar em paz.

E que essa criança, que não é minha e nem sua, sensibiliza, mas não credibiliza o futuro de um filho, o respeito com o pai.

Por favor vamos dividir a mesa,

Antes que a falta não seja

Só de pão;

Antes que a desgraça não escolha

As suas mãos;

Antes que a dor desse descaso não passe desapercebido do seu coração;

Antes que você, homem, ao perceber o fim, mais do que um robô, nessa vida não seja apenas, da realidade mais uma ilusão.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 28/08/2008
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