Mascarado

Poesia on line. Mote para 28.08.2008 proposto por Kate Weiss:

MÁSCARAS

temos muitas delas,

usamos cada uma

conforme a nossa necessidade.

(Kate Weiss)

Mascarado

Maria Quitéria

Ah, meu amor, não me venha desse jeito,

com essa tua máscara de vítima:

palavra de óculos escuros e navalha no peito,

fingindo uma morte ilegítima.

Não faça assim, minha doçura,

nem aponte o dedo na minha cara,

dizendo que é só a minha faca que fura

- tentando acobertar o que escancara -

Não, meu carinho, não conte tanta lorota,

nem invente esse cavalo de batalha

porque é a tua roupa que está rota;

é o teu rosto que se esconde e mascara

os sentimentos pérfidos da traição

com a palavra vazia de quem não encara.

Foi você, meu doce amante, o vil arqueiro,

que me colocou uma venda e uma mortalha,

atirando tua flecha e matando primeiro.

Sampa, 28.08.2008 17:00 hs

http://versosprofanos.blogspot.com/