Plumas Japonesas

Não ofereces nenhuma dor no lugar das coisas que não são

Se as dores não forem só nossas,

De quem mais serão?

Que almas inteiras ou partidas

Que horas inteiras ou despedidas

Serão por nós percorridas?

Pensamentos como plumas japonesas

Águas como que tecidos

Distraem os olhos

Culminam em clarezas

Vigas de nossa frágil sustentação.

Das coisas oferecidas e devolvidas,

Por medo, aflição, relutância ou sofrimento

Nada dói mais do que o pensamento

Quando o vento traz de volta

A hora quase morta

De um instante.

Momentos são como folhas ao vento

Belos são olhos que distinguem folhas

No meio da multidão de outras

Pela lembrança do toque delas no rosto

Ou pela cor, formato ou gosto.

Memórias gentis

Que nos pegam no colo de um tempo impreciso.

Tornando sublime o agora

Cada dia, cada noite, cada aurora.

Não ofereces nenhuma dor no lugar das coisas que não são.

Se as dores não forem só nossas

De quem mais serão?

Que almas inteiras ou partidas

Que horas inteiras e despedidas

Serão percorridas por nós?

Pensamentos como plumas japonesas

Águas como que tecidos

Distraem os olhos da desilusão

Que culminam em clarezas

Vigas da nossa frágil sustentação.

Anaís
Enviado por Anaís em 24/02/2006
Código do texto: T115678