Na madrugada
Encontramo-nos na madrugada
quando a tua solidom
mamava dos úberes da melancolia,
e eu banhado em morte
cuspia fétidos vermes de xofre
mergulhado em vómitos.
Permitias que o teu sangue
fugisse de ti sem remorso,
e eu, veloz, bulia
para alimentar-te com os meus beiços,
enquanto o meu coraçom
revivia com a tua lentura húmida.
Nom me importava o mundo
ardido de malícia,
nem a malícia
que me malferia o coraçom
com espetos de espinha,
só me importava reconhecer-me
contigo no inferno das borboletas.
Mais umha vez.
Novembro 2000