Estranho-te

Estranho-te, amiga,

desde que te vim

na praia

e

eu

a fotografar

as tuas pegadas.

Dessangro-me,

e

tu

deves permaneces

longe,

para que,

na minha morte,

os borbotons

do meu

sangue,

quente e vermelho

nom te suje

de vaga-lumes

de desesperança,

que é

como nom amanhecer

jamais.

Fica longe

a esperar

o dia

em que, enxuto,

poda voltar

para olhar

o teu ser,

sem peneiras

que entorpeçam

este pesadelo.

Novembro 2000

Jomaba
Enviado por Jomaba em 03/09/2008
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