Estranho-te
Estranho-te, amiga,
desde que te vim
na praia
e
eu
a fotografar
as tuas pegadas.
Dessangro-me,
e
tu
deves permaneces
longe,
para que,
na minha morte,
os borbotons
do meu
sangue,
quente e vermelho
nom te suje
de vaga-lumes
de desesperança,
que é
como nom amanhecer
jamais.
Fica longe
a esperar
o dia
em que, enxuto,
poda voltar
para olhar
o teu ser,
sem peneiras
que entorpeçam
este pesadelo.
Novembro 2000