NOITE MULHER
A noite vem. Quando chega, vou para rua.
Vai dar-me de tudo que reclama o delírio;
Ela, uma linda mulher que me espera nua,
Faz-se presente noutros braços de perjúrio.
À noite, um bar a meia luz difusa, engana.
Uma fêmea ousada em busca de prazeres,
Um homem que procura boemia profana;
A junção do bem ou do mal: Dois quereres.
Um copo, a música romântica, um cigarro,
Olhares que se cruzam, ávidos de desejo;
O sorver dum gole, de uma só vez o trago,
E a investida célere para roubar um beijo.
Bailar frenético, corpos que se procuram,
Abraço apertado, desejo que foi desperto;
O quarto do motel, o frenesi virou loucura...
- O raiar do dia. Realidade. Só pleno deserto.