Dedos cegos

Redondilhas nem compassos nus

Ou a rima preciosa do teu corpo cru

São fiéis ao descompasso dessa dança

Do Tum-tum arritmado dessa criança

Mesmo que num poema tudo seja de valia

Os erros e inseguranças no fim têm beleza

Estrofes e verbetes floreados em demasia

Não têm do que desejo uma lasca de nobreza

Se em nada me serviram a pena ou papiro

Se ao vir minhas letras não houver suspiro

Ou os “ais” de emoção são corrompidos

Que me caiam os olhos e ceguem os dedos!

E antes que o diabo te carregue

Larga minha mão e grita

Se na tua minha mão fica

É que meu sossego está entregue.