Quando e Como

Agulhas me acariciam

N’areia daquele mar sem fim...

Eu escrevi uma carta sem resposta

Para que nunca mais me achassem à sua porta,

E vieram-me perguntas que

Levaram-me a outras tantas que

Deixaram-me tonto

E todas quantas eu mesmo me fizesse

Mais queria delas,

Como flores quando são bem-vindas,

Como estrelas quando estão acesas,

Como conchas quando são trazidas

Quando a maré chega mais cedo.

Mas, a tua carta eu rasguei –

Pedaços dela estão espalhados pelo mar sem fim...

D’areia nunca mais me levantei,

E ainda sinto as espetadas,

Vez ou outra,

E nunca reclamo delas,

Como as cores quando estão bem mistas,

Como lágrima quando jaz caída,

Como manchas quase esquecidas,

Quando e como não sei mais dizer...

01 de março de 2006