ERUDITO DE ARAQUE

Com que palavra eu começo ?

Já sei. Vou abrir o dicionário

1, 2, 3 e pimba !... essa daqui :

Essa palavra, não !... essa, até eu conheço.

Prá rimar com dicionario. Pronto: Visionário.

Isso é palavra bonita.

Hoje, eu vou arrebentar

Quero escrever diferente

Parecer bem sapiente.

Escolher palavras difíceis

Daquelas que ninguém sabe

E daí, se no verso nem cabe.

Eu quero é parecer erudito

Também, com o Aurélio do lado

O meu “pai dos burros” amado.

Vamos ver como ficou a poesia:

A luzerna zodiacal

Bailando no seticórneo

Em mares de undiflavas

Num modernismo perineal

Trazia espectros paleiformes

Rasgava insóbrios tormentos.

E num ranger de literatice

Pernicioso açoite moral

Ritidoma de vegetais prenhes

Como o perígino da assunção

Lança-te fora, histoma !

Caia de bruços, mioma !

Cala-te, isópata cruel !

(Acho que ficou demais!... não vão entender nada, e vou parecer culto e erudito. A droga é se perguntarem o que significa... aí, vou ter que pegar o Aurélio de novo. )