UMA QUASE PARÓDIA DO NAVIO NEGREIRO...
O Navio Negreiro hoje sofisticou-se. São helicópteros que transportam a infâmia que transforma o que era festa em opressão nefasta.
Escrito em 4/2/04, portanto antes da quadrilha governamental ser descoberta(será que foi desbaratada?...)
Existe um povo num país do futuro que nunca sai disso
E, para ocultar tanta infâmia e pusilanimidade,
0 governo distribui óbolos, porque é sempre omisso
E os pelegos impuros, em bródios, afagam "sua majestade"!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandalheira é esta,
Que impunemente na corte tripudia?
Silencia o povo que chora, e chora tanto
Que hoje já nem lhe sobra mais pranto...
O verde da minha terra é banhado por sangue
E, para o trabalhador, brisa, porque dá sua vida para manter a balança
Superavitária, no seu labor do nascer ao pôr-do-sol, quando encerra, exangue...
Não lhe subtraem, apenas, as forças físicas, mas o direito à esperança
De liberdade... oh!, ente abstrato, que não cumpre o trato de livrar a terra da insegurança
Antes, lanças teus filhos, rotos, à sanha de jagunços armados de metralha
Permitindo - ou fazendo vista grossa - porque teu compromisso não é com a escumalha!...
Fatalidade dizem os teus capachos na ânsia de esconder a chaga!
E aí está o resultado de uma política econômica que faz o mundo imundo...
Pelos caminhos de Colombo os modernos piratas praticam o rombo e o povo é quem paga
Porque o íris que procuram não está no mar profundo, porém em negócio mais fecundo!
Mas é infâmia demais e vergonha de menos nesta eterna praga
Levantai-vos, oh!, povo, do "berço esplêndido", para lutar por um Novo Mundo
Porque ninguém os libertará do cativeiro e são capazes de tudo por dinheiro
Governo? O que é isto? As portas estão fechadas. O que faz é o que diz o marqueteiro...