O mar
Eu sentado em frente ao mar
E vendo o tempo passar
A brisa que vem do continente
Se despedindo de quem vai navegar...
E eu aqui, cheio de vontade de sair,
Pra sentir o cheiro de outros portos
Estou entediado do que vejo por aqui
Quem sabe reencontre o brilho do meu olhar por aí
Por um desses mares, que eu nunca conheci
Ou em um desses bares, nos quais nunca me atrevi
Tavernas cheias de histórias
Cavernas vazias de coisas
Ou vice-versa...
Quem sabe os perigos do mar eu encontre
Talvez eu siga sempre a calmaria
Em um infortúnio, eu fique em uma ilha vazia...
Se eu for navegar, sentirei falta deste porto
No qual eu cresci e me sinto em casa
Mas preciso conhecer o mundo
Para dar valor ao meu mundinho.
Vou me lembrar dos furacões que verei
Pra nessas horas lembrar do cheiro desse porto.
Sentindo cheio de outros portos,
Os compararei ao meu porto.
Ou quem sabe meu porto esteja perdido,
A me procurar nesse mar infinito...
Não quero dominar o mar, posto que é deveras imponente
Apenas desejo seguir seu ritmo,
Quero deixar o mar me mostrar
Os seus portos, as suas praias, seus corais.
Para quando encontrar o meu porto
Sentar na areia feita no bater das ondas -
Prova de que o mar não é absoluto, mas sim incansável - ,
Ver as ondas quebrando à minha frete,
Olhar para o pôr-do-Sol que some sob o mar
E lembrar que as paisagens que agora o Sol observa
Eu também sou capaz de descrever.