REGISTRO
Meu pensamento hverá de superar o mesquinho
E mesmo sozinho na hora da morte haverei de ter sorte
De não ver a escuridão; meu coração haverá de explodir
Feito um canhão e meu corpo sereno no chão haverá de cair .
Hei de olhar o irmão sem pedir clemência de meus atos
Serei casto de tal modo que o mais probo dos homens
Haverá de esquecer meu nome e no seu pensamento vazio
Que jazia haverá de perpetuar o amor e cultivar uma flor.
Meus rastros na areia haverão de se apagar, meus sonhos
No espaço haverão de vagar e no mais claro brilho num
Pequeno vão vazio os homens haverão de esmorecer
E renascer apenas para viver e amar.
Meu corpo não estará mais atento, será apenas um arrebento
Sob a terra, cujos vermes até o cerne haverão de comer
Se fartarem do meu liquido nas trevas antes
Do amanhecer, debaterem-se com tal encanto que mesmo
Molhados do meu pranto haverão de se alegra sem nada dizer.
Meu espírito, não sei se estará no céu ou no inferno a sofrer
De alguma forma haverá de ser vagabundo o espectro desse
Raimundo que veio ao mundo para a felicidade viver e bem
Aos irmãos querer, embora nada para evitar sua dor pudesse fazer.