Correntes Profundas
Apague-me Deus as errôneas percepções
Acumuladas nas visões
De horas incalculáveis de desatino reflexivo.
Apague aquelas que me abatem
Abençoa-me com compreensões
Essas que não vejo
E terrível falta me fazem.
Feliz aquele que não arde e não queima,
Não se aflige, nem perde o sono,
E ri em face do abandono,
Imune às correntes profundas
Que desvirtuam os sentidos.
Daí-me Deus a mesma benção que eles.
Eu abraço infortúnios
Choro em silêncio todas as noites
Por causas belas, mas ausentes.
Daí-me Deus a demência de não vê-las,
Nem senti-las.
Nesse caminho sem volta
e deposite um lírio
Aonde se sobrepor esse entendimento