Correntes Profundas

Apague-me Deus as errôneas percepções

Acumuladas nas visões

De horas incalculáveis de desatino reflexivo.

Apague aquelas que me abatem

Abençoa-me com compreensões

Essas que não vejo

E terrível falta me fazem.

Feliz aquele que não arde e não queima,

Não se aflige, nem perde o sono,

E ri em face do abandono,

Imune às correntes profundas

Que desvirtuam os sentidos.

Daí-me Deus a mesma benção que eles.

Eu abraço infortúnios

Choro em silêncio todas as noites

Por causas belas, mas ausentes.

Daí-me Deus a demência de não vê-las,

Nem senti-las.

Nesse caminho sem volta

e deposite um lírio

Aonde se sobrepor esse entendimento

Anaís
Enviado por Anaís em 03/03/2006
Código do texto: T118281