Biografia de uma Lagrima
Nasce na esfera ocular dissoluta uma lágrima.
Escorre a nua face gélida da personificação do abandono;
Afoita desliza aos lábios da criadora;
Se exalta, ao longo beijo e único da mocidade.
Desprende-se dos prazeres, faz a curva sinuosa ao queixo.
Para, como se já soube-se o destino que a espera;
(Na verdade sabe, todos sabemos.)
Desfruta do odor de rosas que se desprende da pele;
Embriagada caminha ao abismo.
Para, e salta.
Ao chão, agora estilhaçada, evapora ao ciclo da vida.
Os vapores sobem aos céus, e a tristeza encharca o sepulcro.