Quando acordas em meu olhar

No lento esmaecer da aurora

O amanhecer escreve versos

Despertando a poesia de mais um dia

À volta de todos os silêncios

A tua falta atravessa-me o olhar

Punge a saudade em gestos ardentes

Acordando imagens e anseios

Minhas mãos espalmam-se

Na certeza indelével de tocar-te

Como se galgassem o sonho

E vencessem a realidade

Que se guardou em esperas

Nada é perdido

Se me encontra a saudade,

O sonho e todos os desejos

Um suspiro escapa-me das mãos

Flagrando a lassidão do corpo

Que se despe em sedas de sedução

Perdido de amor em tua ausência

E revela-te o inevitável

Quando se pronuncia em silêncios ou palavras

Confessando os meus segredos e mistérios

Apenas na insinuação do beijo

E tudo é precipício, abismo, desatino

Se te deito em meu olhar...

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 05/03/2006
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T119168