POEMA POR QUILOMETRO

Mato fechado,

Coração aberto,

Alma discreta,

A amor está longe,

Muitos quilômetros dali

Quis a sina reserva

Seus seres um só,

O poeta e o topógrafo

Um escreve só uns números,

Curvas de nível, ângulo, cotas, ect.

Diferente ao poeta,

Escreve só dote,

Dom, virtude;

Escreve só qualidades

Da mulher virtual,

Perfumada,

Curvas do corpo,

De sua amada.

Dois escrevem uma caderneta,

O topógrafo seu o anteprojeto

O Poeta escreve seu reverso,

Os versos a sua amada.

Lembrei de Euclides de Cunha,

Escrevendo “Os sertão”

Numa caderneta topográfica,

Longe dali muitos quilômetros,

Três seres só uns destinos,

A estrada.

A amada.

A saudade.

O poema,

A estrada,

A amada,

A saudade.

Muitos,

Muitos quilômetros dali.

(D’EU)

Sidnei Levy
Enviado por Sidnei Levy em 19/04/2005
Código do texto: T11935