SEDE

Mil desertos romperei

até ter ciência da sede

que seca teu beijo e mata.

Fissuras escalarei

até sentir sentir o que catas

se toque d'ouro ou sucata.

Se cavas qual lixo, bicho

por entre ratos de beco

não me ligo, muros picho

no negro ai do teu eco.

Mil correntes, romperei

só pra baixar do castelo,

a metáfora da ponte,

e dar-te o seio qual fonte

Como preciso aprender

a ser ser e "vir a ser".