Potyra

Em meio ao rio

Se banhado do cio

Aquela nudez incomum entre as palmeiras...

Não era de existir,

Tão pouco de permitir quaisquer olhar mais urbano,

Mas estava ali, sem qualquer problema humano.

Uma candura doce e inocente,

Um olhar simples e envolvente

Que se fazia em pura luz de um fim.

Os seios médios, agudos, mosqueados pendiam afogados na onda a valsar,

Que apagava da areia as feridas feitas pelos pés anônimos a procurar...

Os cabelos negros como açoites valsavam ao vento

Como o acorde do corpo no relento...

Em verbo a boca admirada dizia...

Que obra!...Que formosura!...

Verso avesso de mulher...

Índia toda moldada de nua....

Uma maldade da hora,

Uma cobiça dos deuses

Uma loucura!...

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 27/09/2008
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