Carnaval

Quando essa febre se faz insana,

Eu deliro, afogo-me num mar de sal...

De lágrimas e suor que se esparramam na cama,

Nestes dias quentes de carnaval...

Pois, entre a vida e a morte, há um gemido!

Que passou despercebido entre as portas...

Assim alheio, não fora captado por ouvidos,

E foi morrendo por quem pouco se importa...

Nos adereços, no brilho... Desta febre terçã,

No enredo nostálgico... O grito da multidão!

O meu momento crítico, deitado ao divã,

Perdendo a consciência, por ocasião...

Pois ao som das cuícas e pandeiros,

Fui perdendo meu ritmo, o meu compasso...

Chegando a apoteose deste momento derradeiro,

Quando sufocado pela falta de espaço...

Por tal elemento proscrito, que me fora leviano...

Escondido nas mercês, entre coisas e tal...

Seguindo taciturno, entre cicranos e fulanos,

Para morrer nestes dias de carnaval...

Anjos ou Demônios
Enviado por Anjos ou Demônios em 08/03/2006
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