Natalidade

Quando, sob Lua Cheia, tu nasceste,

Um arcanjo, um gênio e um demônio do Leste,

Ao avistar o Astro que os guiava,

Teu rosto nele viram, que encantava

Os animais, as plantas. Toda a Terra

Gemeu e, em regozijo, o Amor que encerra

A alma do mundo pervadiu com Graça,

Como se voz dissesse: “Assim se faça!”

O arcanjo era um cigano dançarino,

O gênio era um poeta peregrino,

E o demônio um asceta casto, um monge,

Três magos que viajaram de tão longe.

Aquele trouxe fulgurante ouro:

Para o mundo a criança é um tesouro;

Oferecu o segundo mirra doce,

Que tu’alma de doçura plena fosse;

E o último te presenteou incenso,

Para que a Terra e todo o mundo imenso

Pudessem perceber no forte vento

Que ao Amor foste dada em nascimento.

Thiago Leite
Enviado por Thiago Leite em 19/04/2005
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