Caça! (parceria)
Poema em parceria com Paulo Almeida- Amigo e escritor goiano.
A loba que uiva
no íntimo de seu couro peludo,
se agita e treme.
Soa como um lamento,
ou convite,
ou mando,
ou chamado
à matilha que se afasta.
E essa matilha,
ao voltar dos campos
de caça,
ainda nos dentes
o vermelho do sangue
nas presas.
Há de cravar suas presas
afiadas
em seu pescoço
em seu corpo.
Sangue e suor
hão de tingir
seus corpos.
E o sangue no corpo da loba
irá dissolver-se
ao entremear-se
com o sêmen do macho.
Fúria desvairada,
Loucura insana
a desatinar idéias.
Debalde a loba tenta fugir.
Enlaçada, pisoteia sua presa
e entrega-se ao doce prazer.
Esvai-se em sangue..