Caça! (parceria)

Poema em parceria com Paulo Almeida- Amigo e escritor goiano.

A loba que uiva

no íntimo de seu couro peludo,

se agita e treme.

Soa como um lamento,

ou convite,

ou mando,

ou chamado

à matilha que se afasta.

E essa matilha,

ao voltar dos campos

de caça,

ainda nos dentes

o vermelho do sangue

nas presas.

Há de cravar suas presas

afiadas

em seu pescoço

em seu corpo.

Sangue e suor

hão de tingir

seus corpos.

E o sangue no corpo da loba

irá dissolver-se

ao entremear-se

com o sêmen do macho.

Fúria desvairada,

Loucura insana

a desatinar idéias.

Debalde a loba tenta fugir.

Enlaçada, pisoteia sua presa

e entrega-se ao doce prazer.

Esvai-se em sangue..

Carmem Lucia
Enviado por Carmem Lucia em 06/10/2008
Código do texto: T1213508