Por ser de tempo e vento

Me sinto mais que o universo

quando me ponho a andar,

entrego meus versos ao verde,

respiro fundo o ar puro do arvoredo,

colho a pitanga vermelha carmim,

e por ser de tempo

tenho todo o tempo pra mim.

Levo no museu de outro ontem

os sorrisos festejantes

para que eu não perca a estrada

que por vezes se divide

em uma ausência saudosa,

e por minha´alma ser do vento

nem sempre sei onde eu moro.

Sopra horizonte largo

no assoviar do vento,

não tendo medo das madrugadas

onde prantos e gargalhadas

se confundem

e por eu saber dos meus repontes

me estendo em silêncio

até a sua morada.

Pitanga vermelha carmim,

eu por ser de tempo e vento,

deixo teus sonhos permanecerem

ao me trazer o doce do amanhã

em um vento que leva o tempo

e amarra amores floridos

nos pensamentos que brotam em mim.

Polar
Enviado por Polar em 08/10/2008
Código do texto: T1218733