Me liberte

Em algum poço fundo se escondem mágoas

De um mundo submerso em frias águas

Na imensidão do mar salgado,

O marasmo.

Lembranças fatiadas, retalhadas, manipuladas,

Retratadas na expressão do meu rosto

Necessário é não ver,

Necessário será correr,

Necessário foi não dormir para ver o sol nascer

Necessário foi o rancor para ver o sol se pôr

Aprendi a aprender na outra face do morrer

Para então esclarecer a carência de um viver

Um outro vôo mais raso aproxima a realidade

Sem expectativas, sem sonhos, apenas a verdade

Mostra-me então toda essa disparidade

Há mais do que veneno construindo a felicidade

Já não há mais um valor comprando minha dignidade.