Outono

Vivendo um verdadeiro impasse,

um amor sem nenhum consolo.

Como se desgraça faltasse,

o coração embebido em dolo.

Paixões eventuais oferecem conforto,

mas, mergulhado num calvário de dor,

o coração fica solitário, trôpego, morto,

sem música, sem dança, sem ardor.

Vive-se triste, sozinho, com sono,

imotivado, ausente, esperando,

como se fosse sempre outono,

em mágoas, torturado, afogando.

Como nos versos de Caetano,

“querendo querer-te sem ter fim”,

implorando que tudo seja engano,

pois não é justo que finde assim.

Fabrício Mohaupt
Enviado por Fabrício Mohaupt em 14/03/2006
Código do texto: T122886