DA ARGILA

Da argila fez-se o vaso

E nele colocou-se uma flor

Caiu o vaso por acaso

Mas a flor não quebrou

Da argila não foi a culpa da dor

O acaso talvez fosse o vento

Que soprou forte naquele momento

Pensando que frágil fosse a flor

Da argila fez-se o humano

E colocou-se nele uma razão

Caiu o homem por engano

Mas quem quebrou foi o coração

Da argila não foi a culpa da sentença

O juiz talvez fosse o mundo indignado

Batendo forte o martelo na crença

Que fosse feito o homem de razão, e não de barro.

Fábio Marfê
Enviado por Fábio Marfê em 16/10/2008
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