FIBROMIALGIA

Em meu corpo e alma, essa síndrome complexa

Que me arrasta ao pó que carrego pelo mundo

Deixa-me no ser fadigado em angústia reflexa,

Paroxismos de dor... Não sei de que orbe, oriundo;

E me debato entre grades de nervos, tão dorida...

Que a desesperança se estampa em meu rosto!...

Quem vier a mim perceberá que não há vida;

Nem sorriso em vil máscara, exposto!

Sou aquela concebida por transtornos afetivos,

Quando em dor, tudo me desalenta e consome...

São grilhões em chagas, sem bálsamos sentidos

Onde o pouco alento em meu ser, perece e some...

Incompreendida... Essa sensação de dor e fadiga,

Sem trégua, me afasta de tudo, enquanto me isolo

E sem palavra de conforto e quem me diga,

Em lágrimas, me inundo, me afogo e me desolo!

Nada faço, pois nada posso, morbidamente...

Vivo em constante estado de dor irracional...

E tal síndrome que percebo no corpo e mente

Tem raízes no desgaste emocional!

Aniquilo-me em dor, esse mórbido processo

Onde todo mecanismo psíquico jaz, comprometido...

Em vão, grita-me por dentro, um louco possesso

Que reclama aos céus por oásis prometido;

E o eco desse grito revela: Fibromialgia...

A resposta ao desespero, desolada explicação

Ao comportamento submerso na apatia

Sem paz, sem trégua, em guerrilhas da razão

Uma estrela de esperança... Quem a fará luzir ?

No fundo do túnel onde me encontro tão perdida...

Que resquício de alegria me haverá de conduzir

Ao sentido salutar que regenera a VIDA ?!!!

SIRLEY VIEIRA ALVES - 14/OUTUBRO/2008