Quem viver e ler, verá
Sublime privilégio esse do poeta
Ele que invade os limites da realidade
Transforma-lhe o estilo, descreve a seu bel-prazer
É capaz de amar de forma estupenda
sem nunca confessar....
É torneira em derrame, flutua pelos sentimentos como um tornado
e é capaz de voltar, sai de si...
Privilégio ele tem da humildade...
Ama os seus companheiros, os outros poetas
E até sorri quando pensa em todas essas coisas da inspiração!
Ele lê, não é auto-suficiente nem egocêntrico...
Em cada verso seu tem uma ideia de algo que viu, ouviu ou viveu
E muito dos outros que fizeram o mesmo.
Assim, o poeta sempre arranja uma palavrinha diferente, um título exótico
E às vezes, quando se perde na ideia, chama um final, sorri de novo...
Poeta que é poeta escreve de tudo, sempre faz revolução
Nunca é de partido algum, não é centro, direita e nem esquerda...
Ele é um pensador... raciocina com os átrios, o cérebro só acompanha
Por isso critica o mundo, a política, a hipocrisia, excelente eleitor...
Um poeta para de escrever, mas nunca se perde do que escreve
É um sonhador... tenta viver a poesia, quase não encontra adeptos
Mas quando coloca esses sonhos sobre o papel
Toca a emoção somente de quem quiser ler...
Por isso, quem se furtou a ver um poema
não terá enxergado completamente
não terá compreendido a razão, esteve aprisionado...
Por isso, quem viver e ler, verá...
não da forma simplória que salta aos olhos
mas do jeito do poeta, em inesperadas dimensões...
Sublime privilégio de quem experimenta poesia,
Vivendo, lendo e vendo o mundo do plano real ao ideal.