Na vida

E na vida tudo passa e você não acha graça da criança que brinca na praça, olhando pra mulher limpando a vidraça tendo em uma das mão uma taça com um pouco de cachaça e com vestes rasgadas pela traça.

E na vida tudo vem e você aproveita e vai também, ao encontro de alguém naquela estação de trem, mas no bolso um vintém de mais um Zé Ninguém.

E na vida tudo cresce e você renova em prece pois assim tudo padece pois ninguém se oferesse ainda mais se não pudesse, arrancar a fruta que apodrece nas mãos de quem envelhece.