Hebreu

Angélica T. Almstadter

No leito do Jordão não estás,

No pomo do meu corpo ansioso,

Também, oh, hebreu, tu não jaz!

Me abraça o oriente furioso.

Nas fráguas dos dias, as lutas,

As conquistas, te afastam do meu leito,

Amado filho de Israel sei, escutas,

O pranto que goteja do meu peito.

Banha-te nos sóis e neles te batiza,

De deserto; pois longa é a jornada,

De Horebe a Jerusalém onde divisa,

Com o anjo, a minha chegada...

Oh amado hebreu que t´espero,

Além dos vales e das profecias,

Sob as torres do marfim, me esmero

Banhando-me em leite e especiarias!...

Pende ante a lótus que repousa quieta,

Teu olhar viajor, rei da terra prometida,

Vem pois! e a contempla tão seleta

Tua flor babilônica, serenamente adormecida....

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 21/04/2005
Código do texto: T12396
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.