Presentes no tempo

O tempo irá nos corroer lentamente.

Até um dia virarmos cinzas.

A prata da lua pousará em nossos cabelos

Docemente, como afagos em novelos.

Mas ainda há tempo para ouvir cantos

Que só nossos sentidos sabem onde estão

São gemidos levados ao vento

Como odes carregadas de paixão.

Não tenho medo de amar-te loucamente

Busquei-te tanto nos meus delírios

E agora que te tenho, não existe tempo

Que possa impedir nossos caminhos.

Vamos seguir a bússola do peito

Num coração frêmito de poesia

Escalaremos montanhas, navegaremos rios

E inebriados, criaremos nossa geografia.

Nosso amor não tem cronômetro

Nem precisa, pulsamos juntos

O tempo que perdermos nos procurando

Vamos vivê-lo cada segundo.

Que venha a prata nos cabelos

Que venham os tremores nas mãos

Temos tempo de sermos totalmente

Corpo, alma e coração!