Se amanhã...

Se amanhã, o silêncio me acordar
e o vazio da tua ausência encher a minha vida,
vou mergulhar num oceano de palavras,
diluir as minhas lágrimas,
e esconder meu sofrimento.
Na mais profunda e longinqua solidão,
eu vou gritar a minha dor.
 
Se amanhã, o silêncio me acordar
e o dorido da saudade sufocar o meu peito,
vou liberar com muito afã meu devaneio.
Desaguar meu rio de lágrimas,
Cantar as minhas mágoas pro meu violão.
Dedilhando uma batida triste,
eu vou juntar os pedaços do meu coração.
 
Se amanhã, o silêncio me acordar
e o vazio da tua ausência não mais fizer parte da minha vida,
talvez eu deva te agradecer,
Não ter mais que segurar as ondas desse amor,
não sofrer mais com a sua indiferença,
estar livre da sentença,
de viver à margem de você.
 
Se amanhã, o silêncio me acordar
e o dorido da saudade não mais doer o meu peito,
talvez eu queira que você saiba:
que aprendi a não dizer: te amo.
Mas, que posso aprender te amar de novo.
Que teria sido diferente se você soubesse...
perdoar quando se erra por amor.



Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.