uma pequenina história
rugia, naquela noite de um cinzento outono, um vento tempestuoso, arrogante e frio sobre os campos verdes enegrecidos pela noite que se avançava... e da janela do meu pequenino castelo observava eu, a lamparina solitária, que indiferente a tudo, iluminava a sua delicada guarda - um pequeno banquinho - o meu amigo confidente de incontáveis momentos de sonhos e de infinitas tristezas, que por vezes me abatia a alma. aquela noite me trazia a lembrança de um tempo que havia adormecido, pelos ditames de um coração. chorei em silêncio no meu cômodo vazio, a interrogar o porquê de tão inesperada mudança de rumo que dera à noite, há pouco, límpida e brilhante pela estrelas que enfeitavam o céu. desci vagarosa e fui ao encontro rotineiro das noites de solidão... e sobre o banquinho amado, a contemplação de tamanha e soberba desarmonia do universo! a luta do vento que tentava fortemente dissipar as grossas nuvens que enunciavam a tempestade indesejada. e assim, a luta se travava também em meu peito...era a busca incessante do amor que se foi num momento no tempo, e os diálogos ou monólogos travados entre minha solidão e eu.