OLHOS DISTANTES
Há ainda um riso
Que baila na boca
Do tempo...
Há uma lua vazia
De face tão pálida,
A vagar, imprecisa...
Há um canto ao longe
Que é prece cálida
À noite solitária...
Há dois olhos distantes
Que, serenos adormecem,
Pelo canto entorpecidos...
E ao som do canto esquecido,
Capturo a poesia distraída,
Perdida na madrugada...