O AMOR DE UM VERDADEIRO AMIGO

"A um verdadeiro amigo. Daqueles que aparecem uma só vez nas nossas vidas, quando aparecem".

A ti, amigo

Silencioso ser da noite

Que em minhas agonizantes trevas

Seguraste minhas mãos com correntes

E com cordas de amor eterno

Sacaste um pão da lama

Tu, luz de estrelas

Estrela luzente entre tantas apagadas

Coração secreto de simplicidade

Quem pode encher teu cálice de pureza?

Tua dignidade solene

Sacia como farinha morena bem amassada

A fome de um estômago com utópica anorexia

Cansado e massacrado pela dor

Eu,

Sepultado em mar de densas névoas

Recebi como um hóspede de digna honra

A mais pura mirra de aloés.

Eu,

Golpeado por vento levante de sulfuroso odor

Ferido de estranhas forças em tristes noites

E, entre gritos açoitado sem saber por quem

Degluti a fel.

Eu,

Nesse profundo lodaçal enfrentei a morte

Infectada de insetos podres

Que me consumiam a carne,

Saltei ao mar agarrado em tuas mãos

E em tua formosa sombra fui resgatado

(Espanha, março de 2000)

djalma marques
Enviado por djalma marques em 19/03/2006
Reeditado em 20/05/2006
Código do texto: T125243