NOIVA DA MORTE
Quando me disses é o fim...
Não vi agonia em sua alma
Não percebi o seu olhar triste.
Sua voz era a mesma das noites de amor.
Julguei o palor no corpo.
Esqueci ou ignorei o riso seco;
Não consegui ouvir da ferida o lamento,
Pois que para o momento o orgulho se fazia maior.
Nunca pensei que a eternidade durasse pouco...
E o não perdoar segasse os princípios e o sonho,
Afinal havia duas rosas para cuidar.
Ainda assim optaste pelos espinhos.
Sem tempo para agonizar,
Vi você sem forças para voltar.
A decepção deu lugar à depressão.
E se houve perdão...
E se houve pecado...
E se você viveu o amor...
Insanamente abraçastes a morte sem confissão da dor.
Não sei a quem você era prometida;
Só sei que morreste temporão.
Tanto que o seu último instante
O sofrimento esvaiu-se numa lágrima gemido,
Que apogeu-se de imensas tristezas vazias no chão.
Se não era pra ser assim,
Com sangue você pôs fim no nosso romance.