NOIVA DA MORTE

Quando me disses é o fim...

Não vi agonia em sua alma

Não percebi o seu olhar triste.

Sua voz era a mesma das noites de amor.

Julguei o palor no corpo.

Esqueci ou ignorei o riso seco;

Não consegui ouvir da ferida o lamento,

Pois que para o momento o orgulho se fazia maior.

Nunca pensei que a eternidade durasse pouco...

E o não perdoar segasse os princípios e o sonho,

Afinal havia duas rosas para cuidar.

Ainda assim optaste pelos espinhos.

Sem tempo para agonizar,

Vi você sem forças para voltar.

A decepção deu lugar à depressão.

E se houve perdão...

E se houve pecado...

E se você viveu o amor...

Insanamente abraçastes a morte sem confissão da dor.

Não sei a quem você era prometida;

Só sei que morreste temporão.

Tanto que o seu último instante

O sofrimento esvaiu-se numa lágrima gemido,

Que apogeu-se de imensas tristezas vazias no chão.

Se não era pra ser assim,

Com sangue você pôs fim no nosso romance.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 31/10/2008
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