FLOR DE JADE
Começou no olhar e entorpeceu a alma imatura.
Como uma febre fora de controle se alastrou na essência,
Da inocência.
Fez nascer o medo da perda.
Desesperando a loucura,
Despertando o sono da fera...
Que se fez num profundo beijo.
Nasceu o desejo incontrolável,
Esculpido no suor de cada corpo,
Que foi o vício,
Até se tornar um parto.
Que doeu no gozo
E que no dia-a-dia
Tornou-se um rito.
Insustentavelmente vital...
Insustentável vigeu a necessidade,
Velada na solidão da maior idade.
Sem saber ao certo,
Aquele algo por dentro já era amor.
Que ardia o peito, que fazia da necessidade a profunda falta.
Já era amor
Que nem por si, em algum outro momento sentira.
Foi profundo, foi profano...
Tão cruel que a alma parecia corpo.
Em par da insegurança procurou o escuro,
Confidenciou seu desgosto ao espelho e ousou morrer para matar de saudades
A energia de tantas cidades.
Em vão foi à capacidade de deixar de viver
Por um sentimento, que se fez nascer de um olhar.