FLOR DE JADE

Começou no olhar e entorpeceu a alma imatura.

Como uma febre fora de controle se alastrou na essência,

Da inocência.

Fez nascer o medo da perda.

Desesperando a loucura,

Despertando o sono da fera...

Que se fez num profundo beijo.

Nasceu o desejo incontrolável,

Esculpido no suor de cada corpo,

Que foi o vício,

Até se tornar um parto.

Que doeu no gozo

E que no dia-a-dia

Tornou-se um rito.

Insustentavelmente vital...

Insustentável vigeu a necessidade,

Velada na solidão da maior idade.

Sem saber ao certo,

Aquele algo por dentro já era amor.

Que ardia o peito, que fazia da necessidade a profunda falta.

Já era amor

Que nem por si, em algum outro momento sentira.

Foi profundo, foi profano...

Tão cruel que a alma parecia corpo.

Em par da insegurança procurou o escuro,

Confidenciou seu desgosto ao espelho e ousou morrer para matar de saudades

A energia de tantas cidades.

Em vão foi à capacidade de deixar de viver

Por um sentimento, que se fez nascer de um olhar.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 31/10/2008
Código do texto: T1258869
Classificação de conteúdo: seguro