Com licença de Maiakovsky

Da primeira vez

Pegaste na minha mão

Me olhaste nos olhos...

E eu não soube resistir...

Então, entraste na minha casa

Conhecendo mais de mim

Pediste do meu vinho...

E eu servi...

Da segunda vez

Trouxeste flores

Flores que habitaram

Minha casa todos os dias

E eu consenti...

E foste bebendo o vinho

Marcando a taça

Que ficou sendo tua

Cuidando da casa, das flores, de tudo...

E foste cuidando de mim...

Da outra vez

Bebeste do meu vinho

Trouxeste-me as flores

Extasiaste minhas vontades

E eu nada disse... Já não podia...

E entraste em minha alma

Mexendo com meus sentimentos

E, devagarzinho, foste ficando...

Até não mais pedir licença

E eu não soube resistir...

E sabendo do meu medo

Como eu não disse nada

Roubaste meu coração

Arrancaste-me a voz...

Da última vez

Ah! Da última vez

Porque eu nunca disse nada

Já não pude dizer nada...

Eliza Fernandes
Enviado por Eliza Fernandes em 21/03/2006
Reeditado em 01/04/2006
Código do texto: T126098