Com licença de Maiakovsky
Da primeira vez
Pegaste na minha mão
Me olhaste nos olhos...
E eu não soube resistir...
Então, entraste na minha casa
Conhecendo mais de mim
Pediste do meu vinho...
E eu servi...
Da segunda vez
Trouxeste flores
Flores que habitaram
Minha casa todos os dias
E eu consenti...
E foste bebendo o vinho
Marcando a taça
Que ficou sendo tua
Cuidando da casa, das flores, de tudo...
E foste cuidando de mim...
Da outra vez
Bebeste do meu vinho
Trouxeste-me as flores
Extasiaste minhas vontades
E eu nada disse... Já não podia...
E entraste em minha alma
Mexendo com meus sentimentos
E, devagarzinho, foste ficando...
Até não mais pedir licença
E eu não soube resistir...
E sabendo do meu medo
Como eu não disse nada
Roubaste meu coração
Arrancaste-me a voz...
Da última vez
Ah! Da última vez
Porque eu nunca disse nada
Já não pude dizer nada...