A porta

Angélica T. Almstadter

Antes que atravesse essa porta

Saiba que perdi o senso

Depois que estrangulei minha aorta

Não me cobre consenso

Cansei de tanto juízo

Desse comportamento adequado

De esconder meu jeito exagerado

Meu pouco siso

Não se espante com essa outra

Que se encontra deste lado

Uma muher risonha e marota

Cheirando a pecado ousado

Cuidado com essa mulher

Que tem um jeito diferente

Que se comporta feito gente

Que sabe o que quer

Respira ares de liberdade

Quando ama é atrevida

E chora de saudade

Essa mulher não foi a que deixou

Nem a que conheceu

Essa é a mulher que amadureceu

Aos poucos desabrochou

Soltou suas amarras

Tem vontade própria

Afiadas garras

Apesar de sóbria

Aprendeu seus limites

Encontrou seu universo

Em cada linha de cada verso

E não aceita mais palpites.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 23/04/2005
Código do texto: T12632
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