Vênus Soturna

Teus olhos

e teu corpo

nu

em meu corpo quero

agora.

Queimando meu ser

e ferindo teu eu

mais íntimo.

Somos um,

a copular como cães

em madrugadas festivas.

Somos o pecado

e a manutenção

de uma existência tão falha

e de amores tão sádicos.

Te amo

e invado-te

com a permissão que me deste outrora,

para que fossemos a verdade

desta vida tão bandida.

És tu a melhor noite,

o melhor erro.

Sinto teu calor

e a profundidade de teu ser.

Estou no âmago de

tua beleza;

em tua coisa

tão viva,

quente e molhada.

É quando exalas feromônio

e bafos

presos a sussurros

e a gritos engasgados

de prazer.

Te ocupo

e em ti deixo meu porvir.

Agora, de cansaços,

nos entrelaçamos

e escorre o suor

a pintar nosso pecado tão inocente.

Dormimos mais vivos

e sonhamos o doce mel desse amor;

a candura de nosso tesão.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 05/11/2008
Reeditado em 21/11/2008
Código do texto: T1267106
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