Eu e o colibri

Eu e meu colibri presos no papel

Transcritos de trás pra frente

Coloridos por humilde gente

Somos carregados do sobrado ao céu

Passamos entres as portas

Às vezes mastigados por uma boca torta

Que no canto juntas as cinzas

E as mistura com as tintas

Que usa para cobrir a cerca do jardim

Forramos as gaiolas de muitos pássaros

Eu e o colibri choramos

Tantas asas cortadas

Ninguém ostenta o lábaro

E nos abraçamos...

Quando no vidro das janelas passamos

não há figura ou recorte

Imagens é o que somos