ESPELHO

Mostra-me quem sou,

Porque tantos sentimentos na alma,

A inquietude e a calma.

A dor e o riso,

O insano e a contemplação do sereno,

O antídoto e o veneno.

Mostra-me quem sou,

Porque faço e desfaço,

Desejo mas não quero o fardo.

São indagações que perduram

Estendo a mão ou me contenho,

São respostas que não tenho.

Mostra-me quem sou,

Porque entendo e desconheço,

Para quê o limite, se ele é sempre o começo.

E O fim não se pede,

Ele pode ser alegre ou uma coisa tristonha,

Mas ele sempre virá à tona.