Negritude feminina

Felicidade, era só o que queria eu ter ao lado teu.
Hoje sofro longe do sonho que eu vivi.
Meu olhar na rua: arredio, pra não te ver.
Porém, a saudade passa por mim,
com olhares dispersos, com molejos diversos.
Toda negritude feminina me faz lembrar você.
Em todas mulheres, teu doce ar de menina
passa de largo aguçando o meu desejo.
Seus olhares altivos me ignoram.
Sua insensibilidade deixa pra trás meu suave delírio.
A cor do teu chocolate me apetece.
A brisa macia da tua pele não me esquece.
A dor da saudade tua me enlouquece.
Só a tua cobertura de amor é que me aquece.
Onde está você, com os teus braços abertos, pra me receber?
Onde está você, com os meus sonhos despertos, pra toda minha ser?
 
Felicidade, É só o que quero eu ter ao lado teu.
Não quero sofrer longe do amor que eu escolhi.
Meu olhar hoje na rua: quero ter só pra você.
Não deixe a saudade passar de mim.
E os olhares diversos, dos molejos dispersos,
da negritude feminina me fazendo te esquecer.
Então todas as mulheres com doce ar de menina
vão passar bem perto convidando o meu desejo,
com seus olhares cativos querendo me envolver.
Toda sensibilidade se integrando ao meu delírio.
Tua saudade é minha dor, ela não me esquece.
Tua cor é chocolate, mas isso não me apetece.
Tua pele é macia com brisa, mas isso não me enlouquece.
Tua cobertura é toda de amor, mas isso não me aquece.
Pois, nunca será você, com os seus braços abertos, pra me receber.
Nunca será você, com os meus sonhos despertos, pra toda minha ser.



Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.