Tensão em poesia

A você

que lê,

pensa

e discorre

sobre o que

acha que vê.

A você

que procura sentido,

sentindo intenção

(“intensão” [!]),

paixão,

ou alguma razão

no que decodifica

e não lê.

A você,

leitor burro

e doente.

Respeitável

e demente

para você

canto agora.

Não tente ver,

sentir,

ou obedecer ao eu - lírico

contraditório,

egocêntrico

e disforme.

Não é a mim,

ou ao teu coração,

tampouco à escola.

É o texto que

deve ser lido

e tido

como único parâmetro

de existência

cabível e plausível

do que quer dizer

o que foi dito.

Pois o que poema diz,

em sua boca

cariada

e maldita;

metafórica

e vadia -

é o que está escrito.

E que isto baste a pênis ouriçados por palavras sádicas e molhadas.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 12/11/2008
Código do texto: T1279163
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