Metamorfose

A minha alma é composta

De um esfera proibida

Traz marcas de esperança

De outras vidas vividas

E tudo em mim soa leve

E tudo perde o sentido

Pesa as marcas dos enganos

Do que não foi concebido

Desmorono sobre as cinzas

Dos medos que eu gravei

Dos vícios dos meus sentidos

Das verdades nada sei

E recriei o meu corpo

Com as marcas do que vivi

Entre o abismo da dor

Criei asas e renaci

E tudo tem um caminho

Num jardim de ilusão

Mas eu busco em cada canto

E reviro a solidão

Sou orvalhada na relva

Com gritos a ecoar

E tudo em mim é mistério

Com o fogo a terra e o ar

Quando nada tem sentido

Tempestade e vendaval

Eu desfaço velhos arquivos

Lançando as águas o mal

Me conheço e sigo rumo

No caminho que escolhi

Só quem não sabe o que quer

Não sabe por onde ir

Sou habitada por fadas

Na magia do luar

Não tenho filosofia

Para não estagnar

Metamorfose é o sopro

Nas cores a azular

De tudo que em mim habita

Que me leva pelo ar

Ane Franco