Assombrado
Depois da tua partida, o ferrolho
Da porta, do meu triste coração
Cerrou-se, apagando a emoção
Da paixão antiga nao ficou restolho.
No céu vejo um escuro grande olho
Sarcástico, feliz pela devastação
Deixada, e eu triste nesta solidão
Ao silêncio do meu vazio me recolho.
Zombeteiro esvoaçante fantasma
Engasgado, como se tivesse asma
Assombra a solidão do meu quarto,
Se meu destino agora é incerto
Não quero mais viver aqui perto,
Amanhã, para bem distante parto.